segunda-feira, 12 de março de 2012

O jovem e a busca da verdade...



“É próprio da condição humana e, particularmente, da juventude buscar o Absoluto, o sentido e a plenitude da existência. Amados jovens, não vos contenteis com nada menos do que os mais altos ideais! Não vos deixeis desanimar por aqueles que, desiludidos da vida, se tornaram surdos aos anseios mais profundos e autênticos do seu coração. Tendes razão para não vos resignardes com diversões insípidas, modas passageiras e projetos redutivos. Se mantiverdes com ardor os vossos anelos pelos Senhor, sabereis evitar a mediocridade e o conformismo, tão espalhados na nossa sociedade”. Isto foi dito pelo Papa João Paulo II aos jovens um ano antes da sua páscoa, em 2004, durante a preparação para a XVII Jornada Mundial da Juventude e, como podemos ver, são palavras fortes que convidam e, ao mesmo tempo, impelem à busca da verdade autêntica.

O anseio pela verdade é algo intrínseco ao ser humano. Desde sempre ele a procura de várias formas e em diversos lugares, mas nem sempre alcança aquela verdade plena que se há de manifestar na última revelação de Deus: “Agora, vemos em espelho e de modo confuso; mas então, será face a face. Agora, o meu conhecimento é limitado; então, conhecerei como sou conhecido” (1Cor 13,12).

No mundo atual, onde tantos homens e mulheres pensam e vivem como se Deus não existisse, torna-se difícil para o jovem encontrar com segurança o caminho da verdade; por isso deixa-se atrair facilmente por formas irracionais de filosofias que desvirtuam o sentido primeiro e último da vida: Deus. O grande mal que se abate sobre os jovens não é a droga, mas a falta de sentido da vida; sem este, o tempo que deveria ser recheado de descobertas fantásticas torna-se um peso, onde nada é satisfatório e tudo é vazio...

Mas você, que é jovem, não pode desanimar diante dessa realidade; é preciso coragem para deixar que o Evangelho seja o condutor das suas opções e de toda a sua vida! “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, a fim de conhecerdes a vontade de Deus: o que é bom, o que lhe é agradável e o que é perfeito” (Rm 12,2).

“A filosofia moderna possui, sem dúvida, o grande mérito de ter concentrado a sua atenção sobre o homem. (...) Ela deu os seus frutos nos diversos âmbitos do conhecimento, favorecendo o progresso da cultura e da história. (...) A antropologia, a lógica, as ciências da natureza, a história, a linguística, de algum modo todo o universo do saber foi abarcado. Todavia, os resultados positivos alcançados não devem levar a transcurar o fato de que essa mesma razão, porque ocupada a investigar de maneira unilateral o homem como objeto, parece ter-se esquecido de que este é sempre chamado a voltar-se também para uma realidade que o transcende. Foi assim que a razão, sob o peso de tanto saber, em vez de exprimir melhor a tensão para a verdade, curvou-se sobre si mesma, tornando-se incapaz, com o passar do tempo, de levantar o olhar para o alto e de ousar atingir a verdade do ser” (Fé e Razão, 5).

Em toda a história da humanidade, a filosofia foi dando respostas necessárias ao homem, mas ao desviar-se do centro, que é Deus, deixou de ser ponte e passou a ser um muro que somente com o auxílio da fé é possível transpor. Mas quando alguém se determina a encontrar a verdade, faz, sem dúvida, a maravilhosa experiência da liberdade, “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).

“Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,13-14) – evoca o desejo de verdade e a sede de alcançar a plenitude do conhecimento que estão gravados no coração de todo homem. É necessário que o jovem tenha um encontro pessoal com Cristo, “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14,6), com o Absoluto, para que seus critérios de avaliação e opções não sejam dominados pela técnica ou pelas paixões desordenadas.

Buscar a verdade é buscar a Cristo! E na vida do jovem esta busca perpassa a escolha da profissão, a descoberta do amor humano, o anseio de fazer algo grandioso, a luta para firmar as próprias convicções.

“Na realidade, é Jesus quem buscais quando sonhais com a felicidade; é Ele quem vos espera, quando nada do que encontrais vos satisfaz; Ele é a beleza que tanto vos atrai; é Ele quem vos provoca com aquela sede de radicalidade que não vos deixa ceder a compromissos; é Ele quem vos impele a depor as máscaras que tornam a vida falsa; é Ele quem vos lê no coração as decisões mais verdadeiras que outros quereriam sufocar. É Jesus quem suscita em vós o desejo de fazer da vossa vida algo de grande, a vontade de seguir um ideal, a recusa de vos deixardes submergir pela mediocridade, a coragem de vos empenhardes, em humildade e perseverança, no aperfeiçoamento de vós próprios e da sociedade, tornando-a mais humana e fraterna” (João Paulo II).

Permita-se, portanto, ser atraído por aquilo que conduz à verdade; que não corrompe os sentidos. Muitas vezes a verdade vai atuar em nós como um remédio forte lançado sobre um ferimento grave: dói, mas cura! “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,32). Não é alienação persistir na busca da verdade e deixar que sua vida seja conduzida por Cristo e para Ele; alienação é viver de forma contrária à própria essência, e sua essência é Deus: Amor e Verdade. Sem a verdade, não é possível encontrar a verdadeira felicidade!


Fonte: Josefa Alves - Missionária da Comunidade Católica Shalom
Revista Shalom Maná

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